quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Relembrando maio de 2011


Bagé, minha terra...


            Ruas largas, com canteiros a dividir as vias, paralelepípedos ou pedras irregulares a cobri-las, bem traçadas, cortando a cidade de meus encantos de norte a sul e de leste a oeste, num imenso tabuleiro colocado sobre os campos planos e de horizonte largo da região da Campanha.

            Ah, que saudade de minha terra! Das esquinas, por vezes cortadas pelo minuano gelado, das praças com suas árvores frondosas que abrigam do sol inclemente do nosso rigoroso verão a tantos quantos ali fazem uma pausa para recuperar energias, da luminosidade própria do outono, com seus dias brilhantes e tranqüilos e da alegria da primavera, com suas cores características e perfumadas.

            Bagé que eu não esqueço nunca. Caminho em tuas calçadas, admiro tua arquitetura, sinto teu cheiro que entra pelas narinas e aquece o coração, revejo amigos, queridos amigos que fazem parte da minha vida, visito praças, igrejas, paro em uma esquina da Sete, só para apreciar o vai-e-vem dos carros, aceno para alguns que me devolvem sorrisos de seus interiores, olho pra cima, tento ver as horas no Avenida que não me responde, pela posição do sol, atrás da Conceição, deduzo.

            Volto a andar, devagar, bebendo cada nuance de minha cidade, acariciando cada parede, como se sentisse nos dedos o toque macio da pele da minha amada, viro uma esquina que me leva à infância, voando em minha bicicleta aro 28, alcanço os pedais com as pontas dos pés.

            Saudade, saudade...

            Porque o destino me afastou de ti? Teimosa, no entanto, permaneces pra sempre em mim, marcada, gravada, indelevelmente, minha Bagé bicentenária, jovem, vigorosa e eternamente bela.

            Eu voltarei, me aguarda.


Porto Alegre, 20 de maio de 2011

E VOLTEI, em dezembro de 2011

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