Bagé, minha terra...
Ruas
largas, com canteiros a dividir as vias, paralelepípedos ou pedras irregulares
a cobri-las, bem traçadas, cortando a cidade de meus encantos de norte a sul e
de leste a oeste, num imenso tabuleiro colocado sobre os campos planos e de
horizonte largo da região da Campanha.
Ah,
que saudade de minha terra! Das esquinas, por vezes cortadas pelo minuano
gelado, das praças com suas árvores frondosas que abrigam do sol inclemente do
nosso rigoroso verão a tantos quantos ali fazem uma pausa para recuperar
energias, da luminosidade própria do outono, com seus dias brilhantes e
tranqüilos e da alegria da primavera, com suas cores características e
perfumadas.
Bagé
que eu não esqueço nunca. Caminho em tuas calçadas, admiro tua arquitetura, sinto
teu cheiro que entra pelas narinas e aquece o coração, revejo amigos, queridos
amigos que fazem parte da minha vida, visito praças, igrejas, paro em uma
esquina da Sete, só para apreciar o vai-e-vem dos carros, aceno para alguns que
me devolvem sorrisos de seus interiores, olho pra cima, tento ver as horas no
Avenida que não me responde, pela posição do sol, atrás da Conceição, deduzo.
Volto
a andar, devagar, bebendo cada nuance de minha cidade, acariciando cada parede,
como se sentisse nos dedos o toque macio da pele da minha amada, viro uma
esquina que me leva à infância, voando em minha bicicleta aro 28, alcanço os
pedais com as pontas dos pés.
Saudade,
saudade...
Porque
o destino me afastou de ti? Teimosa, no entanto, permaneces pra sempre em mim,
marcada, gravada, indelevelmente, minha Bagé bicentenária, jovem, vigorosa e
eternamente bela.
Eu
voltarei, me aguarda.
E VOLTEI, em dezembro de 2011
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