quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A arte de Natalia Goncharova

Natália Sergeevna Goncharova (1881-1962), viveu durante a pré-revolução russa e foi nesta realidade sócio-cultural que se desenvolveu. De tendência cubo-futurista – escola russa, que combinava o cubismo francês e o futurismo italiano –, Goncharova foi também profundamente influenciada pelos aspectos primitivos da arte popular de seu país.

No princípio de sua carreira, a artista estava mais preocupada com a pintura dos ícones e primitivismos de seu povo. Mas o que a tornou famosa foi sua obra futurista, como o Ciclista, e suas posteriores obras raionistas.

Autorretrato
Colheita de maçãs (1909)
Lavadeiras (1911)
Colheita de vinho (1911)

No princípio de sua carreira, a artista estava mais preocupada com a pintura dos ícones e primitivismos de seu povo. Mas o que a tornou famosa foi sua obra futurista, como o Ciclista, e suas posteriores obras raionistas.
Ciclista (1911)
O raionismo foi um tipo de arte abstrata, desenvolvida por Gonchorova e Mikhail Larionov (seu marido), que pretendia avançar nas formas espaciais, a partir da interseção de raios refletidos de múltiplos objetos e formas. Os artistas buscavam a essência da pintura, através da combinação de cores, saturação, relação das massas de cor, profundidade e textura.



Na ordem em que aparecem acima: Espanhola (1918); Mantilha espanhola (1920); Flores (1911); Paisagem (1915/16) e O Mercador de laranjas (1915/16)


No raionismo da arte de Gonchorova, um raio é representado provisoriamente na superfície por uma linha colorida.

Agora, se nós não nos preocuparmos com os objetos em si, mas com as somas dos raios a partir deles, podemos construir uma imagem da seguinte forma: a soma dos raios de um objeto cruza a soma dos raios do objeto B, no espaço entre eles certa forma aparece, e esta é isolada pela vontade do artista.
Percepção, não do objeto em si, mas da soma de seus raios, está, por natureza, muito mais perto da superfície simbólica da imagem do que é o próprio objeto. Isso é quase o mesmo que a miragem que aparece no ar ardente do deserto e representa cidades distantes, lagos e oásis no céu (em casos concretos). Raionismo apaga as barreiras que existem entre a superfície da imagem e da natureza.


Espanhola (1918)
Banhistas (1916/18)

Além de pintora, Gonchorova foi figurinista, escritora, ilustradora e cenógrafa. Trabalhou desde a pintura a óleo ao design têxtil. A partir da adolescência, alguns de seus principais trabalhos foram feitos para o teatro, projetando cenários e figurinos para o Ballet Russo de Diaghilev.

Goncharova era uma radical, tanto na arte quanto na vida:

  • viveu com Mikhail Larionov durante décadas, casando-se somente em 1955. Ainda assim devido à questões de herança;
  • Larionov, interessando em tatuagens, pintava seus corpos e de amigos, com imagens, palavras ou frases ofensivas, e saiam desfilando pelas partes ricas da cidade, sentavam-se em cafés;
  • apesar da grande reputação como artista, teve vários problemas com a lei, tendo sido julgada por pornografia depois de uma mostra de suas pinturas em que abordava a nudez, isso em 1910;
  • algumas de suas pinturas religiosas foram removidos à força de várias exposições e proibidas durante bom tempo pelo “Santo Sínodo”.

Natália Goncharova e amigos. Da esq. para a direita: Natalia Goncharova, Igor Stravinsky (compositor russo - 1882-1971), Léon Bakst (figurinista russo/1866-1924), Mikhail Larionov (em pé, pintor russo/1881-1964), Leonid Massine (coreógrafo russo/ 1896-1979) – Lausanne, Suíça, 1915







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